sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Pastor de Ovelhas

Em todas as sociedades, em algum momento, a casta dos sacerdotes e a dos guerreiros se confrontam ciumentamente, e não entram em acordo quanto as suas estimativas. Os valores dos guerreiros têm como pressuposto uma constituição física poderosa, uma saúde florescente, rica, juntamente com aquilo que serve a sua conservação: guerra, aventura, caça, dança e tudo que envolve uma atividade robusta, livre e contente.

Já os valores sacerdotais têm outros pressupostos: para ele a guerra é mau negocio! Os sacerdotes são, como sabemos, os mais terríveis inimigos, por quê? Por que são os mais impotentes. Na sua impotência, o ódio toma proporções monstruosas, torna-se a coisa mais espiritual e venenosa que existe. Mantendo hábitos hostis à ação, em parte meditabundos, em parte explosivos sentimentalmente, cujas sequelas parecem ser debilidade intestinal e a neurastenia quase que fatalmente inerentes aos sacerdotes de todos os tempos!!

Mas o que foi inventado por eles mesmos como remédio para essa debilidade? A própria humanidade sofre ainda dessa “cura” sacerdotal!! Lembremos, por exemplo, o jejum, a continência sexual, junte-se a isso, a metafísica anti-sensualista dos sacerdotes, apta a fabricar indolentes e refinados, a sua auto-hipnose(leia-se oração) e por fim o muito compreensível enfado geral com sua cura radical- o nada- ou deus como queiram...
Com os sacerdotes, tudo se torna mais perigoso, não apenas meios de cura, mas também altivez, vingança, perspicácia, dissolução, amor, sede de domínio, virtude, doença, a partir disso,  a alma humana foi “criada” e moldada pelos valores sacerdotais e pior que criada, tornou-se má. E é esta a única forma fundamental da superioridade até agora tida pelo homem sobre as outras bestas....

Inspirado na obra: Genealogia da Moral de F.Nietzsche

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