terça-feira, 9 de junho de 2009

- Origem-

O estudo da vida no seu nível molecular

Como havia escrito no post Pensando na Vida, ainda não conseguimos distinguir o vivo do não - vivo. Talvez, assim como outros fenômenos complexos, a vida não possa ser definida de uma forma precisa. Entretanto um conjunto de critérios comuns aos sistemas vivos pode ser observado: a vida possui as propriedades de replicação, catálise e mutabilidade, ou seja, reproduzir-se, extrair energia dos nutrientes para realizar varias funções, e poder responder ativamente a mudanças no ambiente.
A bioquímica, sendo o estudo da vida no seu nível molecular, faz a ligação entre a química (estudo das estruturas e interações de átomos e moléculas) com a biologia (estudo das estruturas e interações de células e organismos). Uma vez que os seres vivos são compostos de moléculas inanimadas, a vida, no seu nível básico, é um fenômeno bioquímico. Por exemplo, a informação genética é codificada e expressa de uma maneira quase idêntica em todas as formas de vida. Além disso, a série de reações bioquímicas, conhecidas como rotas metabólicas, assim como as estruturas das enzimas que as catalisam,são quase idênticas entre um organismo e outro. Isso sugere fortemente que todas as formas conhecidas de vida descendam de um ancestral primitivo, no qual essas características bioquímicas se desenvolveram.
Os seres vivos são bastante complexos. Poderíamos supor então que seria uma tarefa muito difícil obter-se uma compreensão bioquímica coerente de um determinado organismo. Entretanto este não é o caso. Os seres vivos têm uma regularidade básica que deriva do fato de serem construídos de uma maneira hierárquica. Ou seja, organismos são organizações de órgãos, os quais são constituídos de tecidos, que consistem de células compostas de organelas subcelulares. Neste ponto da nossa origem hierárquica, entramos no campo da bioquímica, uma vez que as organelas consistem de macromoléculas- proteínas, ácidos nucléicos, polissacarídeos- todas essas macromoléculas são constituídas de unidades monoméricas unidas, que ocupam o nível mais baixo de nossa hierarquia estrutural. Proteínas são polímeros de aminoácidos, ácidos nucléicos de nucleotídeos e os polissacarídeos de carboidratos.


Existem relativamente poucas espécies de monômeros que ocorrem nas macromoléculas. As grandes variações observadas nos seres vivos têm origem então, não na sua constituição, mas sim na enorme maneira com as quais os monômeros podem se combinar. A síntese de monômeros, como descrita para Ribose, Glicose, Adenina e um aminoácido, a partir de água, metano, e amoníaco, substancias existentes na Terra primitiva e energia (proveniente de descargas elétricas) indicam que o aparecimento de quantidades significantes de compostos orgânicos na superfície terrestre não foi nenhum “milagre”. Não por acaso, esses compostos participam da composição básica das moléculas biológicas, eles provavelmente foram os compostos orgânicos mais comuns nos tempos pré-bióticos.

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